5 - CONHECENDO A IGREJA
“PÕE EM PRÁTICA O QUE VAIS CELEBRAR”
Breve análise dos ritos e da simbologia da Ordenação de Presbíteros
P. Juarez Albino Destro, rcj
Antes de tudo, é importante recordar o que a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, afirma em seu parágrafo 10: todos nós, batizadas e batizados, somos consagrados “pela regeneração e pela unção do Espírito Santo”. Todas as nossas ações, enquanto cristãos leigos e leigas, “são como hóstias oferecidas”, ou seja, proclamamos “a força daquele que nos libertou das trevas para vivermos na sua luz admirável (cf. 1Pd 2,4-10)”. Sendo discípulos missionários de Jesus, oferecemo-nos como hóstia viva, santa e agradável a Deus (cf. At 2,42-47), testemunhamos Cristo em toda parte e a todos damos a esperança na vida eterna (cf. 1Pd 3,15).
É o chamado “sacerdócio comum dos fiéis”. Sim, todos somos sacerdotes pelo Batismo! Mas há uma diferença essencial entre o sacerdócio ministerial ou hierárquico do sacerdócio comum dos fiéis, citado também na Constituição Lumen Gentium n. 10: “O sacerdócio ministerial, em virtude do poder sagrado que o caracteriza, visa a formação e governo do povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico em nome de Cristo e o oferece em nome do povo”.
O Rito para a Ordenação de Diácono, Presbítero e Bispo, Pontificalis Romani recognitio, de 1968, menciona justamente a Constituição Dogmática Lumen Gentium como ponto de partida: “Pela Sagrada Ordenação, alguns fiéis são instituídos em nome de Cristo e recebem o dom do Espírito Santo para apascentar a Igreja com a palavra e a graça de Deus” (cf. n. 11); os Presbíteros são consagrados para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino (cf. n. 28); o dom do Espírito Santo se confere pela imposição das mãos e pela Prece de Ordenação, para que sejam conforme Cristo (cf. n. 29).
O ponto central da Ordenação, portanto, é a imposição das mãos e a Prece de Ordenação, que significa o dom do Espírito Santo sendo conferido ao ordenando. Os fiéis devem participar deste momento central da Ordenação num clima de oração silenciosa, escuta atenta da Prece e através da confirmação com o Amém conclusivo. Esta parte central do Rito acontece logo após a Liturgia da Palavra e antes da Liturgia Eucarística. Vale recordar, ainda, que uma Ordenação deve ser realizada dentro da missa, com a participação do povo, preferencialmente num domingo – Dia do Senhor – “junto a um só altar, presidido pelo bispo, cercado de seu presbitério e ministros”, como afirma a Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, n. 41.
O Rito Central é precedido pelos chamados “Ritos Preparatórios”, com quatro momentos: a) apresentação dos eleitos ou chamado dos candidatos; b) homilia; c) diálogo ou propósito dos eleitos; d) ladainha. E após o ponto central – imposição das mãos e Prece de Ordenação – , quando o candidato já é presbítero, temos mais quatro momentos simbólicos: a) colocação da estola e, conforme o caso, da casula (vestes sacerdotais); b) unção das mãos com o óleo do Crisma; c) entrega da patena com o pão e do cálice com vinho e água; d) abraço da paz.
A frase do bispo ordenante dirigida ao neopresbítero na ocasião da entrega da patena e do cálice é bastante significativa: “Recebe a oferenda do povo santo para apresentá-la a Deus. Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao mistério da cruz do Senhor”.
Rezemos para que os presbíteros sejam exemplo para todos de doação, serviço e comunhão.

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